Os perigos da “auto-medicação”

A auto-medicação é a prática de ingerir medicamentos sem o aconselhamento e/ou acompanhamento de um profissional de saúde qualificado, em outras palavras, é a ingestão de medicamentos por conta e risco por um indivíduo.

Este tipo de prática pode ser bastante perigoso em seres humanos, mas ainda o é mais para os animais. A “auto-medicação” em animais consiste na administração de medicamentos por parte do proprietário, sem aconselhamento médico-veterinário. Por não falarem nem se queixarem, os sinais clínicos demonstrados pelos animais podem ser difíceis de interpretar, e os mesmos sinais clínicos podem ocorrer com uma variedade de doenças. Só um médico veterinário tem o conhecimento para interpretar estes sinais e fazer um diagnóstico correcto, e a partir daí implementar um tratamento. Os medicamentos que outro cão tomou para uma doença semelhante podem não ser os adequados para o tratamento.

Muitas pessoas vão à farmácia e experimentam muitos medicamentos antes de levarem o seu animal ao Hospital Veterinário. Este tipo de atitude é bastante perigosa. Os medicamentos para animais são semelhantes aos dos seres humanos, mas devido a características de cada espécie, muitos dos medicamentos usados em pessoas podem até ser tóxicos ou letais para os animais. Para alguns medicamentos nem sequer há doses seguras para animais, e estes não podem ser utilizados.  Existe também a crença errada que os medicamentos para crianças podem ser usados com segurança. Todos os medicamentos são administrados de acordo com uma dose específica para cada espécie, e para cada peso. Principalmente nos cães, cujo peso pode variar de 1 até 70 kg, as quantidades de medicamentos utilizados são muito diferentes entre animais. Se a dose for excessiva, pode causar problemas a nível de vários orgãos internos, se for baixa, podemos estar a criar resistências aos medicamentos.

Um medicamento só pode ser receitado após uma consulta, e por vezes após a realização de vários exames complementares de diagnóstico. No Hospital Veterinário Tutti Natura já tivemos vários casos de animais que fizeram tratamentos inadequados antes de terem sido trazidos a uma consulta, e nestas situações os animais apresentam-se num estado bastante avançado de doença, e muitas vezes são patologias que se tivessem sido diagnosticadas a tempo, não teriam um prognóstico tão reservado.

 

P: “O meu gato anda com dificuldade em urinar, vai para a caixa da areia e fica lá muito tempo, e faz pouca quantidade. Devo preocupar-me?”

R: A situação que refere é bastante comum em gatos, mas não deixa de ser alarmante por isso. É uma situação grave, que necessita de tratamento imediato. Os sinais que refere são característicos de doença do trato urinário inferior, que é muito frequente em gatos, e manifesta-se inicialmente por dor ao urinar, micções frequentes, e pode culminar em obstrução urinária. O meu conselho é que procure acompanhamento veterinário o mais rapidamente possível, antes que haja obstução urinária completa, e dano renal permanente.

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