Perigo da humanização dos animais

As pesquisas de comportamento demonstram que, mais até do que amigos, os animais de estimação são hoje vistos como filhos ou irmãos em grande parte dos lares que os acolhem. Na Europa e nos Estados Unidos, a percentagem de donos que consideram seus animais como familiares já chega a 30%.

O novo estatuto que cães e gatos estão a assumir nos lares tem pelo menos duas razões sociais distintas. A primeira diz respeito à diminuição do tamanho das famílias. Hoje são poucos os casais que optam por ter mais de um ou dois filhos – o quinto membro da família, que costuma surgir quando esses já estão mais crescidos, é quase sempre um cão ou gato. A segunda razão é a crescente quantidade de pessoas que vivem sozinhas nas grandes cidades e procuram um animal para lhes fazer companhia.

As mesmas contingências da vida contemporânea que levam as pessoas a procurar uma proximidade maior com os animais são com frequência, posteriormente, as causas para os diversos problemas na convivência com os animais domésticos. A falta de tempo e o ritmo de vida agitado por parte do dono associado ao convívio com um animal inadaptado pode conduzir a situações, por exemplo, de agressividade e automutilação do animal. Os cães têm tendência para seguir um líder de matilha e para, ao menor sinal de fraqueza do líder, mostrarem a sua superioridade. Com base nos factos que observamos diariamente, podemos afirmar que a disciplina dos animais se tornou uma questão preemente dentro dos lares. Como todas as relações ancoradas na emoção, esta não é imune a crises. Os donos muitas vezes não sabem impor os devidos limites ao comportamento dos seus companheiros de quatro patas e o drama ganha contornos semelhantes ao dos pais que enfrentam adolescentes revoltosos. Neste contexto, surgiu há vários anos a especialidade de psicologia animal na qual o objecto de trabalho é tanto o animal como o dono.

Os cães demonstraram grande capacidade de assimilar o nosso estilo de vida. Isso talvez explique por que a evolução nos fez tão amigos deles, e não de outros primatas, o que à primeira vista talvez parecesse mais lógico. Os gatos também se adaptaram à vida na companhia das pessoas, mas nunca abriram mão da independência e do instinto de caçadores.

Ter uma animal deve ser um acto bem refletido tal como os habitos que são criados logo desde o principio. Grande parte das pessoas cometem erros que sabem desde logo estarem errados e que mais tarde arrependeram deles.

Concluimos dizendo que a relação entre as pessoas e os animais merece ser bem planeada para o bem das partes.

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