Criptorquidismo… Testículos Escondidos

Criptorquidismo (do grego: testículo escondido) é uma alteração reprodutiva nos machos, caracterizada pela descida incompleta de um ou de ambos os testículos da cavidade abdominal para o escroto. Pode ser unilateral (presença de um único testículo na bolsa escrotal) ou bilateral (ausência de ambos os testículos).

É uma patologia presente em 5% do total de cães atendidos em clínicas, sendo destes a grande maioria uma condição unilateral. As raças de pequeno tamanho têm maior predisposição relativamente às raças grandes.

O processo de descida dos testículos inicia-se 4 a 5 dias após o nascimento e deve estar completo por volta dos 6 meses de idade, quando a passagem do abdómen para a bolsa escrotal (anel inguinal) se fecha na maioria dos cães. O mais comum é que, aos 45 dias de vida, os dois testículos já sejam palpáveis na bolsa escrotal. Se aos 6 meses um ou ambos os testículos ainda não desceram falamos de testículos ectópicos ou de criptorquidismo. O testículo criptorquídeo pode apresentar localização abdominal ou inguinal debaixo da pele. Esta condição detecta-se durante o exame físico através da visualização e palpação do escroto numa consulta de rotina.

Os testículos intra-abdominais ou inguinais estão sujeitos a uma temperatura corporal mais elevada, o que provoca a esterilidade. Para além disso, esta condição pode ter consequências graves para a saúde do animal na medida em que, estes testículos, apresentam uma predisposição 10 vezes superior de desenvolver tumores, pelo que se recomenda a remoção cirúrgica dos testículos nos jovens adultos.

É de salientar que um animal criptorquídeo que apresente um tumor testicular pode apresentar modificações de comportamento como: excitabilidade, irritabilidade e tendência para a agressividade, fertilidade diminuída ou até nula, e ainda complicações clínicas e cirúrgicas pela presença do tumor.

O criptorquidismo é uma doença hereditária, e embora, somente os machos manifestem os sintomas, as fêmeas também podem ser portadoras do gene.

O tratamento cirúrgico é o de eleição, sendo por vezes necessário localizar o testículo retido com recurso à ecografia e posteriormente à castração do cão.

Isto devido a duas razões principais: ao elevado risco de incidência de tumores e por outro lado, se o animal for utilizado na reprodução, o problema será, com certeza transmitido às gerações futuras.

Telefone: +351 232 458 304
3510-031 Viseu
Av Alberto Sampaio, n.85