Animais exóticos em expansão

É reconhecida a nova moda de animais domésticos que, nos últimos anos, se tornaram cada vez mais usuais nas nossas casas, tanto em Portugal como no resto do Mundo. Talvez por haver a ideia errada de que ocupam menos espaço e dão menos trabalho do que o cão e gato, talvez pela curiosidade sobre os seus hábitos e modos diferentes de vida, ou porque os amigos também têm e estão a gostar da experiência, ou simplesmente para impressionar, estes animais fazem cada vez mais parte da nossa vida

A prática clínica de animais exóticos encontra-se em expansão, existindo Médicos Veterinários com dedicação exclusiva a estas espécies. O Hospital Veterinário Tutti Natura tem registado uma crescente afluência de animais exóticos para a prestação de cuidados médicos, desde aves (principalmente papagaios) a roedores, como os coelhos, hamsters, chinchilas, porquinhos-da-índia e até répteis como as iguanas.

O facto de ser um animal exótico não dispensa uma ida ao veterinário. Tem-se observado que a maioria dos motivos de ida ao veterinário nestas espécies é devido a condições inadequadas de maneio e má alimentação. É recomendada uma visita ao veterinário até mesmo antes de adquirir um destes animais, pois este é a melhor pessoa para informar os futuros proprietários das necessidades e cuidados a ter com o animal de estimação.

O proprietário tem dificuldade em reconhecer os sintomas precoces, mas por vezes subtis da doença, e o desconhecimento da relevância destes resulta num atraso na procura de assistência veterinária especializada.

No caso particular dos répteis, quando chegam à consulta, apresentam doença já em estado bastante avançado. A alimentação e as condições ambientais como humidade, luminosidade e temperatura são essenciais para terem um óptimo estado de saúde.

Uma das características das aves é possuírem uma taxa metabólica muito elevada, o que promove uma rápida progressão da doença, ou seja, só após ter ocorrido uma descompensação, é que os sintomas se tornam perceptíveis.

Tal como no cão e no gato, os coelhos e roedores sofrem traumas associados a quedas ou ataques por outros animais. Comuns são também a obstipação, obstrução gastrointestinal, enterites, desidratação e hipotermia, situações estas que devem ser corrigidas atempadamente recorrendo à ajuda veterinária.

 

P: “Tenho um Chihuahua de 7 meses de idade que está sempre a coçar os ouvidos. Como posso saber se o meu cão terá ou não uma otite?”

R: Uma otite trata-se de uma inflamação do ouvido. Anatomicamente o ouvido pode ser dividido em ouvido externo, ouvido médio e interno, porém interligados entre si. Conforme sejam atingidas essas diferentes porções do ouvido, a otite revela-se de maior ou menor gravidade. A própria anatomia do pavilhão auricular contribui muitíssimo na prevalência das otites. O conducto auditivo é por si só, um ambiente quente, húmido e nutritivo, ideal para o desenvolvimento de ácaros, bactérias ou leveduras que são os principais microorganismos envolvidos nas otites dos cães. Os sintomas mais evidentes são: mau cheiro das orelhas, comichão, dor, descarga de cor variada (desde o amarelado até ao castanho-chocolate), abanar da cabeça nem que seja apenas para um dos lados, orelhas muito vermelhas, quentes, ou mesmo inchadas (bolsa de sangue causada pelo rebentamento de vasos sanguíneos sub-cutâneos situados entre a pele da orelha e a cartilagem auricular, devido ao acto de se coçar violentamente). As otites requerem muita paciência e dedicação quer no diagnóstico quer no tratamento apropriado. É uma doença muito traumatizante quer para o cão quer para os donos e que sendo mal cuidada, a longo prazo pode conduzir à surdez do animal.

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